terça-feira, 18 de novembro de 2008
Saudades eternas
gostaria de voltar aos longos e ternos momentos de conforto aos braços de quem me acolheu. De poder sentir o cheiro que ainda vem ao meu encontro quando por ventura encontro algum pertence. A calmaria dos dias chuvosos deitados no sofá da sala, sem luxos, um sofá feito de cimento e almofadas a cobrí-lo, o escaldado mais saboroso debaixo de cobertas e apenas o calor de um corpo a me acolher. Lembro-me de meus dedinhos curiosos a apontar as estrelas enquanto você tranquila e serena sentava-se na beira do portão com um radinho a pilhas na mão e um cigarro na outra. A vaidade que nunca deixava de lado, por seus jeitosos cabelos num tom de mel. Os banhos demorados e cheios de brincadeiras, pequenas lembranças de momentos que pareciam que se tornariam insignificantes para seres ainda tão imaturos. As quartas-feiras nunca mais foram as mesmas, os domingos não têm mais a mesma luz. Não sei ao certo onde está agora, mas posso dizer que o tempo passou, mas ainda é visível e impressionante como nada mudou, como ainda consigo reconhecer um cheiro, um tempero, uma fala, um andar e até mesmo olhares. Daqui um mês será mais um ano a se passar, mais um ano...
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