sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Por várias vezes durante o dia me propus a escrever este post, mas a cada vez que olhava para a tela do computador em diferentes lugares as palavras sumiam de minha mente e apenas restavam imagens. Agora decidi por não escrever nada de "novo" ou pelo menos não é novo mais a algumas pessoas próximas, e claro meu orientador da obra. É apenas uma introdução, não irei postar mais nada do livro "MÂE" até a sua publicação.
Apesar de aparentemente feliz, hoje o dia não foi muito bem assim, recordações, acho que por essa constante aproximação de lembranças fizeram minha alma se entristecer por vários momentos do dia. Mas... é isso, tirando essa passagem está tudo indo muito bem, bem até demais!


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Ser mãe

Um grande significado, decifrado em uma dádiva. Comparado a um sentimento único e inexplicável. Ao ver dos filhos, apenas um semblante de refúgio, conforto e exemplo.
Um gesto de amor sem fronteiras, uma angústia e um sofrimento inacabável, por algo que mesmo todo amor do mundo não possa mudar. Um ato de justiça falho, que doeu e ainda dói ao coração de quem viveu certos momentos.
Ser mãe pode ser apenas mais uma história, mais um caso de amor e cumplicidade familiar, porém ver com olhos de quem já se foi, sentir o que passou no coração de alguém que não pode mais responder a perguntas e dúvidas, não é uma tarefa fácil. Mas, estes mesmos olhos ainda vivem, em pessoas que viveram junto a uma mãe intitulada guerreira acima de tudo, podem dizer bem mais que qualquer palavra concreta.

Cabelo curtinho, de baixa estatura, uma bermudinha de cóton vermelha, camisa estampada, um cigarrinho no canto da boca,chinelinha nos pés, e uma radinho de pilha azul nas mãos sentada num toquinho de árvore na porta de casa. Um joguinho no bicho, uma passeio na quarta feira na casada filha, macarronada com frango no domingo, um passeio com os netos no parque.

Leonilda Alves de Jesus é a mãe, aquela tão falada mãe zelosa, avó dedicada a satisfazer todos os desejos dos netos, fazer biscoito de polvilho para o lanche da tarde, a tão famosa “puxa” para agradar os netos e os filhos com um docinho. Cinco filhos e para todos havia um cantinho em seu colo, já cansado pelo tempo e dificuldades que a vida já havia lhe proporcionado. A tão sonhada casinha própria, os estudos para os filhos, a festa dentro de casa no começo do mês onde tinha certa “fartura” na mesa, o sufoco e a angústia de chegar o fim do mês e cinco filhos famintos. Olhar no armário do quarto, lá no quartinho, um documento guardado. Documento esse, que ao vê-lo o coração doía, lágrimas viam aos olhos e uma lembrança de tempos aflitos e cheios de tristeza e mágoa. Que por estes mesmos tempos fazem com que o zelo, a preocupação e o cuidado com os filhos seja o máximo que pode dar.

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